foto:lia_fotografia.
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Fundado por Mester Biu Alexandre. no ano de 1979. Atualmente é considerado um grupo de grande influência no contexto da brincadeira do Cavalo-Marinho.
A maioria dos integrantes do Estrela de Ouro é da família de Biu Alexandre. Uma das particularidades do Etrela de ouro é que a figura do Ambrósio é a primeira a entrar na brincadeira, antes mesmo de Mateu e Bastião.
Outra figura importante que é apresentada neste grupo é o "Caboclo de Orubá", colocado por Mestre Biu Alexandre. figura que explicita relação com a Jurema, manifestação religiosa de origem indígena bastante presente na região da Zona da Mata Norte pernambucana.
Cavalo Marinho é um folguedo folclórico tradicional da zona da mata setentrional de Pernambuco, Alagoas e agreste da Paraíba. Apesar de ser uma variação do Bumba meu boi, a brincadeira tem características próprias e além do "auto do boi", podem ser vistos diversos personagens fantásticos do interior do estado.
O auto integra o ciclo de festejos natalinos, e presta homenagem aos Reis Magos. Acontecem entre julho e janeiro, com destaque para os dias de natal, ano-novo e dia de reis. Reunindo encenações, coreografias, improvisos, além de uma série de danças tradicionais, tais como o coco, o mergulhão e a dança de São Gonçalo, o folguedo se caracteriza como teatro, incluindo música/canto (toadas), dança e poesia (loas.
A brincadeira acontece numa roda fixa, onde o público - em geral formado apenas por homens - pode interagir. Atualmente as mulheres também participam da brincadeira cavalo-marinho através da dança, de vestimentas coloridas, com gestos e cacoetes, sem a utilização de métodos convencionais da gramática.
Representado por cerca de 76 personagens, sua apresentação pode durar até 8 horas.
Esse folguedo utiliza apenas do próprio trabalho corporal, emite mensagens que possibilitam interpretações diversas das representações do cotidiano dos integrantes do grupo. A dança do cavalo-marinho geralmente é passada de pai para filho e como se fosse uma herança de família. Onde os filhos aprendem com os pais observando como eles fazem no ato da brincadeira. Os brincantes do cavalo-marinho, desde de criança tem contado com a cultura da sua cidade, bairro, além de outras manifestações locais como o coco-de-roda, Maracatu , ciranda, contribuindo assim, com o seu próprio estilo de dançar o folguedo.
O espetáculo é narrado através da linguagem falada, da declamação de loas e toadas - como são conhecidas as estrofes poéticas que integram o enredo. Os personagens, de modo geral, interagem com o público presente, sobretudo Mateus e Bastião, que, constantes em todos os atos, tecem comentários satíricos sobre a apresentação em si, sobre os indivíduos do público, ou sobre quaisquer outros assuntos. Assemelha-se ao reisado, ao bumba-meu-boi e a outros folguedos brasileiros, bem como certas manifestações populares cênicas de Portugal, como o boi fingido e a nau-catarineta. Os brincantes, na execução do festejo, dão vivas a Jesus, à Virgem Maria, a São Gonçalo e aos santos de devoção do dono da casa onde se processa a apresentação. A essas manifestações de religiosidade católica agregam-se os pontos em honra à Jurema, entoados pelo Caboclo, e certos elementos do Xangô do Nordeste. Figuras e toadas tantas com gestos e corporeidades específicos, precisos. Vitalidade e vigor físico com habilidade e beleza. Música, dança, teatro. Diversidade e riqueza que impressionam.
Como a maioria das Danças Populares no Brasil se formam por grupos musicais, cortejos, danças ou danças com encenações, o Cavalo Marinho é mais uma das tradições peculiares pela sua característica teatral. A religiosidade também está presente em muitas das Danças Populares brasileiras. O Cavalo Marinho, embora faça parte do ciclo natalino, não é devoção, mas espetáculo, apresentação.
Os grupos de cavalo-marinho estão concentrados numa região pequena, formada basicamente pelas cidades: Condado, Aliança, Ferreiros, Camutanga, Itambé e Goiana. Apresentações acontecem entre julho e janeiro, com destaque para os dias de natal, ano-novo e dia de reis.
O Cavalo Marinho nasceu de artistas que têm em comum o trabalho na cana-de-açúcar. Por este motivo, se liga a um Brasil que está na raiz da própria cana-de-açúcar. Consequentemente onde também começaram a surgir as primeiras necessidades. Necessidades estas que movem, que transformam. O Cavalo Marinho é fruto dessa necessidade, desse Brasil primeiro em sua essência popular.
Um dos mais importantes em atividade é Mestre Salustiano, responsável pela introdução do cavalo-marinho no Recife. Ele recebeu o título de mestre depois de representar quase todos os personagens da brincadeira e hoje toca sua rabeca no "banco". Nas noites de Natal convoca os maiores mestres da zona da mata - Gasosa e Grimário, entre outros - para brincar no centro cultural Ilumiara Zumbi, construído por ele na cidade de Tabajara, próxima a Olinda.
*Pelo antigo Mestre Biu Alexandre que faleceu recentemente no dia 18 de julho.