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Filme Coringa é acusado de estimular comportamento incel

Entenda por que o longa recebeu algumas críticas de responsabilidade social

Publicada em 16/03/2022 às 10:16h - 54 visualizações

por Ign Movies


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Coringa o filme  (Foto: reprodução)

Coringa foi exibido ao público durante o Festival Internacional de Cinema de Veneza e as primeiras impressões foram calorosas, destacando a atuação de Joaquin Phoenix -- leia o review do IGN EUA aqui. Entretanto, em oposição aos comentários positivos, o filme dirigido por Todd Phillips também recebeu críticas negativas por possivelmente estimular a subcultura incel -- gíria em inglês para nomear celibatários involuntários.

Esta não é a primeira versão do Coringa no cinema, personagem que já foi interpretado por Jack Nicholson, Heath Ledger e Jared Leto, mas é a primeira vez que sua origem é abordada.

Na trama, Arthur Fleck é um aspirante a comediante que "luta para se integrar à sociedade", sendo constantemente alvo de piadas e violência, tanto física quanto psicológica. Ele possui transtornos psicológicos e, no próprio trailer, o vemos ser rejeitado pela psicóloga, que decide parar de tratá-lo. Em suma, Fleck é um desajustado, que não é bem-vindo em nenhum lugar, tem dificuldade para se relacionar com as pessoas e sucumbe à insanidade, tornando-se um dos maiores vilões da cultura pop. A sinopse se encaixa, em partes, à subcultura incel.

Os membros de grupos incel, em sua maioria homens brancos heterossexuais, costumam se reunir em fóruns de discussões na internet. Por lá, eles falam abertamente sobre sua solidão, inseguranças e consequentes frustrações, sendo acolhidos em conjunto. O problema é que, muitas vezes, esses núcleos se tornam verdadeiras concentrações e propagação de discurso de ódio e misoginia. Normalmente, as mulheres são apontadas como culpadas pelo celibatário coletivo e vistas como inimigas ao lado de chads -- termo usado por eles para se referirem a homens atraentes e sexualmente ativos.

Já vimos diversos casos de extrema violência de incels nos últimos anos, principalmente nos Estados Unidos. No Brasil, o mais recente foi o Massacre de Suzano, na escola estadual localizada em São Paulo, onde ex-alunos invadiram o local e "se vingaram" pelos anos de bullying que sofreram.

Alguns memes da internet mencionam que, enquanto o Coringa de Jack Nicholson nasceu em decorrência da queda em um caldeirão tóxico, o interpretado por Phoenix se tornou o que é por ser "jogado na sociedade". Brincadeiras à parte, é aí que mora o real perigo. Não se pode justificar ódio e comportamentos destrutivos com transtornos psicológicos, que precisam ser observados, diagnosticados e cuidados com a devida importância -- algo muitas vezes ignorado na sociedade.

"O filme foi o queridinho no Festival de Veneza, com críticas positivas e oito minutos de aplausos e ovação. Mas ele também inspirou controvérsias", apontou a Variety. "Algumas críticas e comentários nas redes sociais demonstram preocupação com que Coringa simpatize com homicidas solitários, em tempos em que a América e o resto do mundo são assolados por violência armada".

crítica da Time Magazine alega que o diretor Todd Phillips, conhecido por comédias como Caindo na Estrada e a trilogia Se Beber, Não Case, "pode querer pensar que está nos dando um filme sobre todo o vazio de nossa cultura, quando na verdade está apenas oferecendo um excelente exemplo disso". "A violência faz Arthur Fleck se sentir com mais controle, menos patético", prossegue o review. "Matar, normalmente com uma arma, tesouras ou a boa e velha sufocação lhe fazem bem -- o empoderam".

 

No filme, Zazie Beetz interpreta uma vizinha de Fleck, por quem ele é apaixonado. "Embora ele não lhe faça mal, ainda há algo assustadoramente bizarro em como ele a trata. Ele poderia facilmente ser adotado como o santo padroeiro dos incels", realça o Times. "Arthur inspira caos e anarquia, mas o filme faz parecer que ele está dando início a uma revolução, onde os ricos caem, os pobres conseguem tudo o que precisam e merecem, e os caras tristes que não conseguem sair em encontros se tornam heróis assassinos".

Por outro lado, o texto do The Guardian compara Coringa com outras produções e diz que o filme não toma partidos. "Scarface glamuriza a cocaína? Qual a diferença disto em relação a culpar os videogames pela violência armada?", questiona.

"Essencialmente, o filme de Phillips afirma que o derramamento de sangue e caos é consequência da sociedade ignorar pessoas feridas como Fleck", continua a crítica do jornal britânico. "No entanto, apesar das sugestões de que ele seja um apelo reacionário aos vigilantes incel, Coringa não se apega particularmente a uma perspectiva política. É um filme inteligente, estiloso e preocupante: o homem que representa é um produto de nossa época. Mas quando as pessoas se preparam para odiar um filme com base em sua posição política, a cultura do cinema sofre".

 

Todas as ideias apresentadas acima são opiniões de jornalistas e de críticos que assistiram a Coringa, cuja estreia mundial acontece no dia 3 de outubro. Lembre-se: toda discussão é bem-vinda, desde que debatida civilizadamente e com a mente aberta para ouvir o outro lado. O que jamais deve ser tolerado e/ou justificado é a violência, seja ela física ou verbal.

 

fonte: IGN




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